sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DESAFOROS

Rânque a faca seu porquêra
Ocê pra mim num é home
Ja têim feição de cavera
Cara de morto de fóme.

Cabeça de sucuri,
nariz de porco do matto.
A gente oiâno um quati
parece ve seu retráto

Péste ruim, sogeito atôa,
marcriado, sêm vergonha,
Apanhô inté de alemõa

Meta a cára num buráco
e suma de nossa vista.
Bôca de avô de macaco.
Testa de gallo sêm crista.

Tua mãe é separada,
teu pai largô e foi simbóra...
E a minha foi sempre honrada
proque é sortêra inté agora!

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